No Antigo Testamento, o dízimo era uma regra clara, que não deixava dúvidas. Todo judeu deveria dar o dízimo de seu rendimento (além de várias outras ofertas obrigatórias). O Novo Testamento não ensina sobre o dízimo, mas apresenta o princípio da generosidade, que você deve doar segundo a generosidade do seu coração.

Jesus não anulou o dízimo

"Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas.
- Mateus 23:23

No Novo Testamento, não há nenhuma regra contra o dízimo. No episódio acima, ele parabeniza os fariseus por dizimarem de diversas maneiras, mas os critica por não cumprirem outras partes da Lei. O próprio Jesus deve ter dizimado, como um judeu exemplar.

A prática dos judeus israelitas e da igreja primitiva, porém, era muito diferente. Diversos momentos foram registrados e cartas escritas para tratar justamente sobre essa diferença. Um episódio em especial, registrado em Atos dos Apóstolos, registra a decisão dos apóstolos sobre as práticas diferentes entre os cristãos judeus e os gentios por conta da Lei.

Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não impor a vocês nada além das seguintes exigências necessárias: Que se abstenham de comida sacrificada aos ídolos, do sangue, da carne de animais estrangulados e da imoralidade sexual. Vocês farão bem em evitar essas coisas.
- Atos dos Apóstolos 15:28-29

Para algumas pessoas, esse texto não é o suficiente para negar a prática do dízimo. Isso se dá porque nem nesse texto, e nem em nenhum outro do Novo Testamento o dízimo é expressamente rejeitado como prática cristã.

A alternativa: princípio da generosidade

Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.
- 2 Coríntios 9:7

As missões e cartas de Paulo iam além da propagação do evangelho. Claro que a pregação era o central, mas o apóstolo também se dedicou a angariar recursos financeiros para ajudar os irmãos mais pobres. Quando ele fala sobre isso, nunca apelou aos dízimos, mas sim a generosidade dos irmãos.

O Novo Testamento não estipula percentagens, mas assume que todo cristão vai querer contribuir. Toda igreja e toda missão tem despesas e precisa de recursos. Os dízimos e as ofertas mantêm a igreja funcionando e são muito importantes para o crescimento do Reino de Deus.

Seja 10%, 5% ou 60%, dê com alegria, sabendo que você está contribuindo de maneira prática para a salvação de mais pessoas, o crescimento espiritual dos crentes e o suprimento de necessidades. Se você não sabe onde o dinheiro vai, pergunte para a liderança. A contribuição que agrada a Deus vem do coração

Uma questão do coração

"Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.
- Mateus 6:24

Quando olhamos para a igreja primitiva, vemos que não havia polêmica sobre o dízimo. Por quê? Porque estavam dando muito mais que isso! Os primeiros cristãos eram reconhecidos por sua generosidade para com a igreja e com outras pessoas. E muitos desses cristãos generosos eram pobres.

Muito do abuso no dízimo, tanto de quem exige muito dinheiro como de quem não quer dar nada, vem do amor ao dinheiro. E isso é muito perigoso! Se seu dinheiro é mais importante que o Reino de Deus, você está adorando o dinheiro e não a Deus. 10% do rendimento é uma quantia razoável, que não está além das possibilidades e evita abusos dos dois lados. Podemos dar mais ou menos, mas acima de tudo, precisamos amar a Deus mais que ao dinheiro.

Verifique no que a sua igreja acredita

Existem denominações que entendem que o dízimo é uma prática atual, uma vez que Jesus não a anulou, e praticam isso nas igrejas. Nesses casos, costuma-se separar dízimo de oferta, sendo o dízimo a décima parte do salário e a oferta um valor de sua preferência.

É sempre importante estar atendo aos abusos e ter consciência do uso que você faz de seu dinheiro.

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